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24 de Abril de 2024

Polícia Civil do DF exonera delegado que culpou mãe por estupro de criança

Publicado por L & F
há 7 anos

Polcia Civil do DF exonera delegado que culpou me por estupro de criana


A Polícia Civil do Distrito Federal decidiu exonerar, nesta segunda-feira (15), o diretor de comunicação e delegado Miguel Lucena. A medida foi baseada na declaração – dada por ele em um grupo de divulgação oficial no WhatsApp – de que "crianças estão pagando muito caro por esse rodízio de padrastos em casa".

A frase fazia referência ao caso de uma menina de 11 anos, estuprada pelo padrasto no Gama, no início da manhã (veja abaixo). Até as 18h, o suspeito de 32 anos ainda não tinha sido capturado. O caso é investigado pela 14ª Delegacia de Polícia (Gama).

Em nota, o Palácio do Buriti informou que "os comentários feitos pelo delegado em grupo de WhatsApp não representam a opinião da corporação". Com a decisão, Lucena deixa de comandar a comunicação da Polícia Civil, mas segue como delegado. A exoneração foi publicada no Diário Oficial nesta terça (16). Quem assume interinamente é a agente Joseane Oliveira.

A declaração gerou uma "reação generalizada" dos demais jornalistas, que questionaram a ideia de atribuir culpa à mãe da criança – e não, ao próprio estuprador. Em resposta, Lucena disse ser "politicamente incorreto", e que "é preciso ter cuidado com quem se leva para casa". Após meia hora de discussão, o delegado e os membros da Divisão de Comunicação (Divicom) deixaram o grupo de mensagens.

O espaço foi criado pela própria Polícia Civil do DF, como um meio mais simples de tirar dúvidas de jornalistas e prestar informações sobre ocorrências, operações e coletivas de imprensa. Questionada pelo G1, a corporação informou que "não vai se pronunciar sobre discussão particular de grupo de WhatsApp".

O crime

A ocorrência foi registrada pela mãe da criança de 11 anos no início da manhã desta segunda, logo após o crime. Em depoimento à polícia, a mulher diz que chegou em casa por volta das 6h30, e ouviu um relato detalhado do estupro feito pela própria filha.

O corpo da criança tinha sinais de violência, e a janela dos fundos da casa foi arrombada pelo agressor. Além do estupro, o suspeito teria ameaçado a criança e o irmão menor de morte, caso algum deles denunciasse o crime.


Acompanhada da mãe, a menina prestou depoimento à Polícia Civil e foi encaminhada ao IML, para exame de corpo de delito, e ao hospital para os procedimentos de rotina.


Fonte: G1

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15 Comentários

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O culpado é claro que é o estuprador, isso fica definido porque ele foi o autor do estupro.
O que o delegado afirmou e eu endosso, é que muitas mães colocam seus "homens" para dentro de casa, sem se importar com suas qualidades morais e sem se importar também (porque fica difícil acreditar que sequer imaginem) que estarão colocando suas filhas e filhos em risco.
Conheço algumas histórias e o fato se repete. A criança foi estuprada pelo companheiro da mãe.
A mãe pode não ser culpada direta (algumas sabem e aceitam) mas é também responsável pelo fato. É dela a guarda da criança.
Um bom delegado a menos. Teve a honradez e a coragem de falar.
Império da hipocrisia. continuar lendo

São tempos sombrios, estes. O crimipensar virou uma realidade, e o jornalismo virou um mar de medíocres e analfabetos.

Entrando no mérito da afirmação, ele não está nem de longe incorreto. Infelizmente, é uma realidade - não é a primeira, não é a segunda, e pombas, não será a última vez que casos nefastos desta sorte acontecem - muitas vezes, com a conivência, tolerância ou mesmo permissão do pai ou da mãe que admite um monstro no próprio teto.

Agora, exoneração por ter exposto uma realidade a um punhado de mentecaptos excessivamente sensíveis?

Eu quero os nomes dessas criaturas geniais. Me recuso a ler qualquer folhetim produzido por essas antas. continuar lendo

Se admitir que o Delegado está correto, implica em admitir que a mulher está errada.

Na verdade, as mulheres que estão separadas não deveriam deixar seus filhos e filhas à mercê de um "estranho". apesar de que ninguém tem uma caveira ou uma estrela estampada na testa.

Porém, se já há caso de pais e avôs estupradores, uma união subsequente devera estar assentada em uma análise da existência ou não de comportamento impróprio, se o novo pretendente a "padrasto" é ou não usuário de drogas. Não que não se possa livrar das drogas, porém, sem que para isso falte a responsabilidade de assegurar ao máximo a integridade dos filhos.

Se observadas as notícias a incidência de padrastos cometerem tais barbáries é grande. O delegado falou uma verdade, porém deve ter atacado o ego ou colocado alguém em "saia justa" e a exoneração acaba com o problema do Delegado que fala uma verdade. continuar lendo

Pois é.
Raciocinar e dizer a verdade virou tabu.
Colocar diversas pessoas diferentes dentro de casa concorre ou não concorre para que filhos sejam vítimas de abuso? Obviamente concorre. Ponto.
Isso em nada quer dizer que a culpa pelo crime seja de outrem que não do criminoso.
A culpa é do criminoso.
Entretanto reconhecer a assertiva anterior é mera constatação da realidade.
Querer que constatações da realidade sejam alvo de punição é ridículo, mas infelizmente é o que existe na cabeça de algumas pessoas - e ao que parece dos jornalistas.
Moral da história: não fale com jornalistas. continuar lendo

Eduardo, uma mulher que envolve-se com um camarada viciado em álcool ou drogas está assumindo um enorme risco para si e para seus filhos. É só ver o caso do crápula Guilherme Longo, o padastro que matou o enteado com uma overdose de insulina e atirou o corpo no rio. Não bastasse isso, vi muitos e muitos casos de mulheres que só envolviam-se com criminosos e ex-presidiários durante o período em que estive na polícia civil. Todo domingo, na porta da delegacia e da cadeia pública visitando maridos e namorados presos. Imagine o modelo de homem que os filhos terão no futuro. E o mesmo vale para homens que envolvem-se com mulheres de mau carater e má indole. continuar lendo

Estando o delegado errado ou não, se trata apenas de opinião, ele mesmo deixou claro.
Não consigo compreender a necessidade de uma medida de tal nível por uma simples opinião, que por si só nem da pra se dizer absurda.
Deveriam divulgar esses jornalistas para termos ideia do nível que se trata... continuar lendo

Ele apenas falou aquilo que incomoda mas que, não raras vezes, é a verdade.

Muitas pessoas, homens e mulheres, mal conhecem alguém, dizem que "não importa o passado, só o daqui pra frente", saem, quando muito, duas vezes e já levam esse alguém pra dentro de casa.

Tudo o que um criminoso quer é uma oportunidade, um vacilo ... e as pessoas inconsequentes lhes dão com frequência.

É preciso conhecer mais as pessoas, perguntar aos conhecidos em comum quem elas são e se não houverem ter o cuidado redobrado.

O problema é que estamos em um momento onde a culpa da falta de educação é da escola e não dos pais, a culpa por acidentes provocados pela vítima é sempre dos outros e nunca de sua imprudência, assim também o é no crime ... atribuir parcela de culpa a alguém é diferente de atribuir-lhe culpa exclusiva, mas para os demagogos é só uma questão de distorcer as palavras, basta lembrar da campanha publicitária que dizia que o usuário de droga financiava o crime e que foi logo tirada do ar por ser "ofensiva". continuar lendo