Jurista pede para retirar artigo de Moro em livro feito em sua homenagem
Em seu perfil no Facebook, o mestre e livre-docente em Direito Processual pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Afrânio Silva Jardim se disse “indignado” com a atuação do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, no depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tomado nesta quarta-feira (10) na capital paranaense. O jurista pediu publicamente que um artigo do magistrado, publicado em livro que o homenageia, fosse retirado da obra.
“(…) solicito, de público, aos amigos Pierre Souto Maior Amorim e Marcelo Lessa, organizadores do livro ‘Tributo a Afrânio Silva Jardim’, que diligenciem junto à Editora JusPodium no sentido de que não conste, na sua terceira edição, o trabalho do referido magistrado. A obra foi publicada, em minha homenagem, sendo composta por vários estudos de renomados juristas pátrios e estrangeiros”, diz Jardim em sua postagem.
Segundo o professor, considerado um dos maiores processualistas do país e citado em mais de cem acórdãos no Supremo Tribunal Federal (STF), outros autores da obra também estariam incomodados em figurar ao lado de Moro. “Esta minha solicitação, além de ser motivada pelo inconformismo acima mencionado, tem como escopo evitar constrangimento ao próprio juiz Sérgio Moro, diante de críticas técnicas que venho fazendo a seu atuar processual. Ademais, alguns colaboradores da obra coletiva já se manifestaram desconfortáveis em figurar na companhia deste magistrado no aludido livro.”
“A minha indignação é tanta, que, apesar de professor e ex-membro do Ministério Público experiente, quase não consegui dormir esta noite e, por isso, estou aqui novamente fazendo este aditamento. Sinto necessidade de ‘gritar’, sinto necessidade de ‘desabafar'”, lamenta. “Posso estar errado, mas o ex-presidente Lula não está tendo o direito a um processo penal justo. Ele não merecia isso. Fico imaginando o ‘massacre’ a que seria submetida a sua falecida esposa D. Maria Letícia, pessoa humilde e inexperiente …”.
“Confesso que continuo amargurado e termino dizendo que, se o ex-presidente Lula restou humilhado, de certa forma, também restou humilhado o povo brasileiro, que nele deposita tantas esperanças”, pontua o jurista. “Termino também dizendo que restou ‘esfarrapado’ o nosso sistema processual penal acusatório, que venho procurando defender nestes trinta e sete anos de magistério. O juiz Sérgio Moro me deixou triste e decepcionado com tudo isso.”
Quando o processo da Operação Lava Jato teve início, o processualista chegou a trocar e-mails com Sérgio Moro, abordando questões processuais, conforme relatou em entrevista concedida ao site Viomundo, em setembro de 2016. “Quando a Lava Jato estava trabalhando só com o aspecto policial, até elogiei porque ninguém é a favor da corrupção”, disse. “Porém, quando percebi que a questão era política, mandei um e-mail falando da minha decepção. Ele perguntou por quê. Expliquei. Ele disse que lamentava e, assim, rompemos.”
Fonte: Justificando/Carta Capital
25 Comentários
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O Titulo deveria ser "Jurista ligado ao PT" pede para retirar artigo de Moro em livro feito em sua homenagem. continuar lendo
O esquerdismo é uma doença grave. Afeta a capacidade do enfermo de enxergar um palmo além da ideologia de que é acometido.
Questiono: isso é uma crítica técnica ao atuar processual do juiz??? >>> "Confesso que continuo amargurado e termino dizendo que, se o ex-presidente Lula restou humilhado, de certa forma, também restou humilhado o povo brasileiro, que nele deposita tantas esperanças."
Risível e lamentável!
E reparem na fonte (imparcial?) da matéria. A mesma revista citada nas delações da Lava-Jato por ter recebido propina para não fazer críticas aos governos Lula e Dilma.
Tem jeito não! continuar lendo
Doutor Luciano, cite uma fonte imparcial?
No aspecto jurídico, não aprendi ainda direito processual. A matéria em si não revela qual artigo foi "atropelado".
Mas, sei que nosso ordenamento aplica a presunção de inocência (art. 5º, LVII da CF). E isto pratico a todos "erga omnes". Entretanto, que se investiguem todos. continuar lendo
"Fico imaginando o ‘massacre’ a que seria submetida a sua falecida esposa D. Maria Letícia, pessoa humilde e inexperiente …"
Com certeza seria um massacre, bem poderia, com o acusado (esposo) jogando toda a culpa nela... é mesmo um exemplo de marido...
OBS: Senti falta, no artigo, de uma exposição dos motivos para a indignação do ilustra jurista. continuar lendo
Parece que o grande jurista, é aficionado pelo PT.
Se fosse da era Lula poderia ser nomeado ministro do STF. continuar lendo
E nem precisaria capinar a barba, pois é do "charme" dos esquerdófilos ostentá-la. continuar lendo
Pois é, deveria ter sido, seria um grande acerto. continuar lendo